Perdido...

A minha solidão mantém-se. Não sei se por esperar por ti ou se por não saber tirar-te do meu pensamento, do meu coração, do meu ser. Não deixei de comer, nem deixei de dormir, mas a comida deixou de ter sabor e não consigo dormir mais de 2 horas. Passo horas a revirar na cama a pensar em ti, em mim, em nós. Nós! Pergunto-me se isso alguma vez terá existido, para ti pelo menos. Lembro-me dias de sol, risos e cores, agora o sol queima-me e o dia deu lugar a noite, as cores deixaram de existir para dar lugar a preto, branco e cinzento, tendo como única iluminação os candeeiros da rua e a ponta do cigarro aceso, companheiro das longas noites. Passo as noites a deambular pelas ruas da cidade perdido em pensamentos revoltos e álcool, a revolta é a minha vida, a confusão, as lutas. Perco-me na noite como um mendigo, sem casa sem destino, apenas com uma coisa na cabeça. Tu. A forma como entraste na minha vida, como por breves momentos vivemos uma vida conjunta, partilhá·mos sonhos e sentimentos, sonhámos com um futuro. Foste para mim em pouco tempo do que muitos foram em uma vida inteira. Tudo isso acabou num instante, tudo se desmoronou à minha volta, como um castelo de cartas. Agora tudo o que me resta È a ira de um homem sem rumo, sem futuro e sem amor próprio. Fiz da tua vida a minha, quando partiste levaste-a contigo. Hoje não passo de uma sombra, alguém que parecido com alguém que existiu em tempos.Desapareceste sem saber como ou porquê, é a pergunta que me faz procurar nos sítios errados e é a resposta errada que me faz tomar as decisões erradas. Eras tudo aquilo que eu queria, agora és tudo aquilo que eu quero esquecer para recuperar a minha vida ou a esperança de voltar a ter alguma. Não passo da sombra de alguém que existiu e tu a luz que criou a sombra.